Para falar
de projectos para Portugal, devemos entender a maneira de ser e estar de um
Português.
Compreender
a maneira de decidir e planear os grandes projectos, olhando para o passado e
procurando erros de decisão.
Não para
apontar culpas - não nos leva a lado nenhum, mas para decidir melhor.
Entender
onde foram cometidos erros, entender porque falhámos, não decidindo ou
decidindo mal.
Alqueva
Pouco depois
da Revolução foram iniciados os trabalhos preliminares (ensecadeira /
infraestruturas de apoio à obra), para pararem 2 anos depois, em 1978.
No meio de
uma reforma agrária e ainda com uma democracia a dar os primeiros passos, era
impossível aos partidos políticos portugueses porem de parte as suas quezílias e
olharem para o bem comum: a agricultura em Portugal e um lago artificial que
mudaria a face do Alentejo.
Os anos
foram passando, a democracia e a constituição foram consolidadas, fomos duas
vezes à bancarrota e completámos 12 anos de democracia. De seguida, elegemos um
governo de maioria absoluta PSD e corremos para ombrear com os países mais
desenvolvidos da Europa.
Seria uma
óptima altura para falar do Alqueva?
Não! Como
era uma ideia de esquerda, não podia avançar. O bem comum novamente esquecido.
As boas
ideias só podem vir do governo ou da sua bancada parlamentar, uma ideia de
esquerda, independentemente do mérito não pode ser implementada por um governo
de direita.
Só em 1995,
no final do 2º governo do PSD a obra avançou, tinham passado 19 anos.
A obra foi
finalmente adjudicada em 1996 e em 98 tiveram inicio as primeiras betonagens.
Em 2002 foram encerradas as comportas e iniciou-se o enchimento da albufeira,
incluindo os primeiros canais de rega. Em 2004 fez-se a inauguração da central
hidroelétrica.
Entre
avanços e recuos, foram necessários 26 anos!
Como é
possível um país, qualquer país, perder 26 anos entre o início e a conclusão de
uma grande barragem?
Em 2
décadas, ninguém encarou o Alqueva, como prioridade nacional.
Novo
Aeroporto de Lisboa
Em 2008
olhamos para o problema assim:
Em 2010 a
decisão foi novo Aeroporto e TTT (Terceira Travessia do Tejo).
Eram 4 linha
rodoviárias e 2 ferroviárias para cada lado, uma para o TGV e outra para
integrar na REFER a linha de ligação ao Alentejo e Aeroporto em Alcochete.
Sabíamos em
2010 que o canal do Panamá iria sofrer profundas alterações, passando a
permitir a passagem a navios com capacidade para transportar 12.000 contentores.
Para quem
vem das Américas o 1º Porto que encontra de águas profundas é Sines.
Em 2016
aguardando decisão final, tudo aponta para a solução Portela +1 (Montijo).
Com a
privatização da ANA, não ficou claro na venda efectuada ao grupo Francês VINCI,
quem vai pagar, o quê, pela construção de um novo Aeroporto. Logo aí Portugal
não sai certamente a ganhar…
Com 2 anos de
atraso, o canal do Panamá vai este ano finalizar as obras de ampliação.
Descarregando em Sines as mercadorias demoram 3 dias a entrar em França.
Descarregando em Sines as mercadorias demoram 3 dias a entrar em França.
Em 2021 se tudo correr bem ficaremos assim:
Falta resolver um pequenino problema, não está assegurada continuidade em Espanha destas linhas...
"existir nenhum "plano calendarizado e acordado com Espanha para o seu funcionamento em bitola europeia, que pode ser difícil de conseguir dado o não cumprimento dos nossos compromissos internacionais". Explica a associação que "a falta de capacidade da ferrovia fará com que as nossas trocas comerciais terrestres continuem dependentes da rodovia",
Assim não dá...
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