Portugal é
um país bipolar, não é a 1ª vez que o sinto, não será certamente a última.
As 35 horas
de trabalho semanal para funcionários públicos está na ordem do dia.
São os
chamados direitos adquiridos, que foram suprimidos pelo anterior governo, que
agora estão em causa.
Quando em
2011 o estado assumiu que estava sem dinheiro, pedimos ajuda internacional.
Desde 2011
perdemos perto de 400.000 postos de trabalho e ganhamos 200.000 novos
emigrantes.
Será mais
importante para Portugal devolver os cortes a 600.000 funcionários públicos e
reduzir para 35 horas o seu horário de trabalho ou recuperar os empregos
perdidos?
Em 2011 foi
o estado que faliu, era o estado que não tinha dinheiro para pagar os seus
compromissos.
Se no final
de 2015 ainda com todos os cortes aplicados a funcionários públicos Portugal
recebeu menos 6.000 milhões do que teve de pagar, alguém acredita que é com
reposições salariais e um menor horário de trabalho que resolvemos os problemas
do país?
Acreditar
nisto só está ao alcance dos F. Públicos!
Não sei, não
quero saber, estou-me nas tintas! É assim que a maioria responde, o importante
é o meu umbigo! Os meus direitos adquiridos!
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Não
são avaliados, ou quando são, são todos Bons; Muito Bons ou Excelentes.
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Antes
do congelamento de carreiras, as promoções de escalão eram de 3 em 3 anos.
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Aumentos
acima da inflação independentemente da produtividade ou meritocracia.
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Emprego
garantido até à reforma.
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Greves
com fartura.
Resumindo,
somos todos iguais, 600.000 Lords e perto de 4 milhões de Bastardos que
trabalham por conta de outrem, mas esses, não tem direito a nada.
Engraçado,
cada um, cabisbaixo, defende o seu quintal, sonhando baixinho:
- Isto para mim vai resultar, para os
restantes…
- Não sei, não quero saber, estou-me a cagar!
Olhando para
a constituição e para o seu artigo XIII fico perplexo, somos todos iguais!
No meio de
tanta igualdade é permitido a 3 centenas de estivadores porem em risco milhares
de empresas exportadoras e respectivos postos de trabalho.
É igualmente
constitucional 2.500 trabalhadores dos transportes públicos em Lisboa,
condicionarem a vida a perto de 2.5 milhões de pessoas, que circulam diariamente
na capital.
Perto de 500
maquinistas são suficientes para paralisar a ferrovia do país.
Tudo isto é
constitucionalmente garantido, incluindo ir à bancarrota por 3 vezes!
Caminhamos felizes, sabendo que não enganamos ninguém, mas será necessário mais
que isso para pararmos de tentar.
·
Mandamos
postais de RSF para os desempregados, esperando que metade já nem responda,
para melhorar os números do desemprego.
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Tornamos
as avaliações de final de ciclo tão fáceis para o 9º ano, que bons alunos do
6º, teriam certamente positiva.
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Temos
1 milhão de mortos inscritos nos cadernos eleitorais porque dá jeito na
distribuição de verbas às autarquias.
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Temos
Campeões de futebol com 25 vitórias nas ultimas 26 jornadas do campeonato,
penalti contra no dia 1 de Abril e jogando em inferioridade numérica só na penúltima
jornada.
· Temos a CGD que reconheceu 8.5 milhões de euros em imparidades sem se saber como nem porquê, só sabemos que necessita de mais milhões e que todos os seus gestores foram optimos! Todos com reformas milionárias, de acordo com os estatutos e certamente com a constituição da republica.
Carlos
Pacheco, estou contigo, Portugal o País das Maravilhas!