quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Desmame do Petróleo em Portugal até 2030 apostando em Lítio e Hidrogénio – O Senhor dos Anéis – Cap. 52




A economia Portuguesa funciona a petróleo, petróleo que não produzimos, saindo diariamente divisas do país para comprar 300.000 Barris.

Enquanto os Transportes funcionarem a energia fóssil estamos condenados ao mesmo destino, passando a solução por apostas em recursos endógenos.

Qualquer aposta alternativa no sector dos transportes com autonomias inferiores a 300 km, não é uma aposta, é brincar com o dinheiro.

A autonomia ideal, a prazo, para um carro ou autocarro movido a energia não fóssil terá de ser igual ou superior a 500 Km.

Portugal não tem petróleo, mas tem Lítio e tem água.

Água não é mais que Oxigénio e Hidrogénio, podendo o Hidrogénio servir igualmente de combustível.

Nos Transportes temos 2 tipos de combustíveis alternativos ao petróleo (Lítio e Hidrogénio).
O Lítio, em que somos o 5º produtor mundial, já foi abordado aqui (1)(2)(3).

Sobre a aposta no Hidrogénio a explicação é simples, sendo um recurso endógeno não necessitamos de gastar dinheiro na sua importação, o que não falta em Portugal é Água, seja doce ou salgada, sendo que a água salgada liberta mais facilmente os átomos de Hidrogénio.
Para falar de água temos de falar da unidade mol ou mole.

1 m3 de água tem 55.5 mole (WIKI

1 mole de Água (H2O) = 18,01 gramas (2 x 1,007947 gramas de Hidrogénio + 15,99943 gramas de oxigénio).

1m3 de Água = 111,88467 gramas de Hidrogénio e 887,968365 gramas de Oxigénio.

1 MWh de energia eléctrica separa por hidrólise 167,4 m3 de água (caudal de 46.5 litros por segundo), em  18.73kg de Hidrogénio e 148.62kg de Oxigénio.

O Custo de produção de energia hídrica em Portugal é inferior a 50€/MWh, mas mesmo a 50€/MWh o custo seria de 50€ / 18.73kg = 2,67€/kg, teríamos de juntar 10% ao custo de comprimir o hidrogénio 2,93€/kg e mais 2% para Transporte até 200 kms de distância (Zona máxima de influencia) ficando o custo de produção em 3€ por kg de hidrogénio.

Devido á aposta em energia Eólica, existem muitas noites especialmente no inverno, onde a produção é muito superior às necessidades, chegando o custo de energia vendida no mercado a valores inferiores a 10€/MWh.

Com o custo da energia a 10€/MWh, temos como valor final para 1 kg de H2 = 10€ / 18.73kg =0.53€ quando comprimido custa 0.58€ por kg e incluindo transporte o valor final são 0.60€/kg.

A venda de Hidrogénio será tabelada, são 5€ por kg de Hidrogénio, sendo este o preço máximo, podendo o mercado definir o preço consoante a oferta e a procura.

1 kg de Hidrogénio dá para 1 automóvel percorrer 100kg, definindo 5€ como preço máximo o consumidor tem a garantia de pagar menos por combustíveis não fósseis do que pagaria pela deslocação com automóveis poluentes.

O IVA a aplicar ao Hidrogénio está incluído no preço máximo de 5€ e varia de 0% a 23%, sendo que 0% é para aplicar ao Hidrogénio extraído por meios não poluentes e 23% será para aplicar a todo o Hidrogénio produzido com recurso a poluição atmosférica (Refinarias/Centrais Gás Natural e Carvão).

Toda a indústria poluente que opte por produzir Hidrogénio, além de IVA, vai pagar uma taxa pela poluição gerada que pode ser paga em kg de Oxigénio.

- Libertam 1 Ton de CO2, pagam 1 Ton de O2;
-Libertam 1 Ton de SO2, pagam 10 Ton de O2;
-Libertam 1 Ton de NOx, pagam 10 Ton O2;

Já é o Suficiente para nivelar o mercado e respectivas oportunidades, visando sempre o mesmo caminho “Poluir menos e pagar menos”.


Quanto maior for o aproveitamento do Oxigénio libertado na electrolise da água menor será o custo final do hidrogénio no mercado.

O Oxigénio pode ser armazenado para utilização em:

- O oxigénio permite produzir gás de síntese (H2+ CO) a partir de variadas fontes : gás natural, hidrocarbonetos, carvão, biomassa... Estes recursos naturais podem ser valorizados e transformados em produtos químicos ou em combustíveis (em particular biocombustíveis).


- Nas indústrias químicas e petroquímicas, o oxigénio é utilizado como reagente para melhorar a produtividade de um elevado número de processos. Na metalurgia e na siderugia, é ainda utilizado para a combustão e para ajustar o teor em carbono nos aços.

No ambiente

- Nos processos de combustão, o oxigénio permite reduzir a quantidade de combustível utilizada e, em consequência as emissões de CO2. O oxigénio permite ainda reduzir a formação de óxidos de azoto (NOx), substâncias nocivas para o homem e o ambiente.

- A combustão com oxigénio permite concentrar o CO2 nos fumos industriais. É a primeira etapa do processo de captação e armazenagem de carbono.

- O oxigénio é também utilizado para o branqueamento ecológico do papel, evitando o recurso a substâncias com cloro. Melhora ainda a eficiência das unidades de tratamento das águas residuais, aumentando a actividade biológica.

Na saúde

- Nos doentes são afectados por problemas respiratórios, os pulmões não estão a desempenhar em pleno o seu papel. É por isso necessário administrar um ar rico em oxigénio que lhes permita respirar melhor: é aoxigenoterapia. Este tratamento permite em particular cuidar dos doentes com BPCO (bronco-pneumopatia crónica obstrutiva).

- O oxigénio é também utilizado para tratar uma das mais dolorosas patologias: a algia vascular da face. Caracteriza-se por crises cefálicas violentas e por uma dor insuportável ao nível do olho e da têmpora.

- O oxigénio pode ser ainda utilizado aquando do tratamento de intoxicações por monóxido de carbono, em câmaras hiperbáricas.

Fonte:Air Liquide

O resto é legislação favorável, considerando que qualquer veículo não poluente com autonomia superior a 300km não paga impostos.

Qualquer contribuinte que seja um Produtor Liquido de Energia e como único carro tenha um automóvel não poluente paga significativamente menos IRS.

Não é atirar dinheiro para o mercado como aconteceu com o solar fotovoltaico, informando o mercado do caminho a seguir, reduzindo os impostos para quem decidir seguir essa via e deixar o mercado funcionar.

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