terça-feira, 10 de maio de 2016

Projectos – Portugal 2030



Para falar de projectos para Portugal, devemos entender a maneira de ser e estar de um Português.

Compreender a maneira de decidir e planear os grandes projectos, olhando para o passado e procurando erros de decisão.

Não para apontar culpas - não nos leva a lado nenhum, mas para decidir melhor.

Entender onde foram cometidos erros, entender porque falhámos, não decidindo ou decidindo mal.

Alqueva

Pouco depois da Revolução foram iniciados os trabalhos preliminares (ensecadeira / infraestruturas de apoio à obra), para pararem 2 anos depois, em 1978.

No meio de uma reforma agrária e ainda com uma democracia a dar os primeiros passos, era impossível aos partidos políticos portugueses porem de parte as suas quezílias e olharem para o bem comum: a agricultura em Portugal e um lago artificial que mudaria a face do Alentejo.

Os anos foram passando, a democracia e a constituição foram consolidadas, fomos duas vezes à bancarrota e completámos 12 anos de democracia. De seguida, elegemos um governo de maioria absoluta PSD e corremos para ombrear com os países mais desenvolvidos da Europa.

Seria uma óptima altura para falar do Alqueva?

Não! Como era uma ideia de esquerda, não podia avançar. O bem comum novamente esquecido.

As boas ideias só podem vir do governo ou da sua bancada parlamentar, uma ideia de esquerda, independentemente do mérito não pode ser implementada por um governo de direita.

Só em 1995, no final do 2º governo do PSD a obra avançou, tinham passado 19 anos.

A obra foi finalmente adjudicada em 1996 e em 98 tiveram inicio as primeiras betonagens. Em 2002 foram encerradas as comportas e iniciou-se o enchimento da albufeira, incluindo os primeiros canais de rega. Em 2004 fez-se a inauguração da central hidroelétrica.

Entre avanços e recuos, foram necessários 26 anos!

Como é possível um país, qualquer país, perder 26 anos entre o início e a conclusão de uma grande barragem?

Em 2 décadas, ninguém encarou o Alqueva, como prioridade nacional.

Novo Aeroporto de Lisboa

Em 2008 olhamos para o problema assim:





Em 2010 a decisão foi novo Aeroporto e TTT (Terceira Travessia do Tejo).

Eram 4 linha rodoviárias e 2 ferroviárias para cada lado, uma para o TGV e outra para integrar na REFER a linha de ligação ao Alentejo e Aeroporto em Alcochete.





Sabíamos em 2010 que o canal do Panamá iria sofrer profundas alterações, passando a permitir a passagem a navios com capacidade para transportar 12.000 contentores.

Para quem vem das Américas o 1º Porto que encontra de águas profundas é Sines.

Em 2016 aguardando decisão final, tudo aponta para a solução Portela +1 (Montijo).

Com a privatização da ANA, não ficou claro na venda efectuada ao grupo Francês VINCI, quem vai pagar, o quê, pela construção de um novo Aeroporto. Logo aí Portugal não sai certamente a ganhar…

Com 2 anos de atraso, o canal do Panamá vai este ano finalizar as obras de ampliação. 

Descarregando em Sines as mercadorias demoram 3 dias a entrar em França.

Em 2021 se tudo correr bem ficaremos assim:

Falta resolver um pequenino problema, não está assegurada continuidade em Espanha destas linhas...


"existir nenhum "plano calendarizado e acordado com Espanha para o seu funcionamento em bitola europeia, que pode ser difícil de conseguir dado o não cumprimento dos nossos compromissos internacionais". Explica a associação que "a falta de capacidade da ferrovia fará com que as nossas trocas comerciais terrestres continuem dependentes da rodovia",




Assim não dá...





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